segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Foucault e a microfísica do poder na escola

Foucault, que viveu de 1926 a 1984, durante quase seis décadas do Séc XX, na fase denominada hoje de pós-modernismo. O mundo capitalista acentuou valores que podem ser facilmente revelados aos homens pós-modernos, tais como individualismo, ambição, egoísmo e racionalidade técnica.

Foucault, utilizando-se da visão crítica dos filósofos pós-modernos, dedicou-se ao estudo e análise do poder, mas não do poder do Estado ou do poder das altas autoridades, mas do poder distribuído e presente em toda a sociedade. À existência deste poder fragmentado e espalhado pode ser visualizado em diversos campos da cultura, daí o porque de Foucault tê-la denominado de microfísica do poder. Segundo o filósofo, o poder se tornou mais eficiente na fase pós-moderna, pelo fato de ele ter se fragmentado nas relações da sociedade, seja através dos costumes, das convenções ou da burocracia. O fato é que o poder pode ser constatado em todos os espaços da vida social. Para Foucault, “o poder está em toda parte ...”.

Depois de compreendida a visão de Michel Foucault sobre o poder, uma pergunta fica no ar. Quem se beneficia do poder ? Foucault responde dizendo que são os detentores dos macropoderes, a exemplo das altas autoridades e dos grandes homens de negócios. Mas ele responde dizendo que também são os pequenos donos dos poderes periféricos. O filósofo defende a idéia de que o poder está diluído no tecido social através das múltiplas formas de dominação, e o que é pior, é que os detentores do poder usam os seus discursos como sendo verdadeiros, amparados pelo poder da burocracia. Quem pode discutir com um médico sobre saúde ? Quem pode discutir com um advogado sobre Direito ou Justiça ? Exemplos como esses, podem mostrar-nos muito bem que o poder está de fato diluído no tecido social, onde cada guardião defende o seu “status” e o seu poder através do discurso, devidamente amparado pela burocracia.

Quem são os guardiões do poder na escola ? Ora, essa pergunta não é difícil de responder: são o diretor, os professores, as secretárias e outros funcionários, que através do controle de artifícios como a vigilância, disciplina, discursos e práticas científicas, mantêm os alunos sob a guarda da escola. Esses guardiões do poder se sentem superiores aos alunos, e os seus discursos são atribuídos como sendo verdadeiros e autênticos. Nessa condição, os alunos se sentem oprimidos e inferiores aos guardiões, e é por isso que Foucault nos dá um alerta para o entendimento dos verbos que caracterizam o poder. Foucault diz que o poder “exclui, recalca, discrimina, mascara, reprime e esconde”.

O filósofo entende que o homem perdeu a sua capacidade de refletir, tendo sido a sua estrutura inconsciente inundada pelos valores da cultura contemporânea, e por isso mesmo, condena a educação padronizada, obedecendo a currículos e livros previamente elaborados, e que se intitulam acima do bem e do mal. Diante dessa conclusão, entende que a educação deve ser multicultural e multifacetada, de forma a trabalhar a subjetividade dos alunos.





Aluno: Luiz Guilherme Menezes Lopes

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